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Recado às lideranças europeias

Domingo, 29.08.10

O último Eurobarómetro publicado pela Comissão Europeia revela que apenas 49% dos europeus considera que pertencer à UE é “uma coisa boa” para o seu país. Desde 2004 que não se passava abaixo da barreira dos 50%, e em 2008 havia mesmo 58% de euro-entusiastas. Este inquérito revela o nível mais baixo de confiança na UE desde que a mesma tem 27 membros. Curiosamente, porém, o mesmo estudo revela que existe um desejo crescente de juntar e consolidar a energia política europeia. O número de pessoas que pensa que a UE deve resolver os problemas ligados à recessão aumentou. Três quartos dos europeus pedem, de facto, uma maior coordenação entre os Estados europeus. Moral da história – os europeus não acreditam na UE tal qual a mesma se encontra a funcionar mas têm a percepção clara que a dimensão dos problemas que nos submerge apenas pode ter uma resposta à escala europeia. Parece um paradoxo ou uma contradição – mas não o é! É, antes, um recado muito directo dirigido às lideranças europeias do momento. Os europeus acreditam no projecto europeu mas desconfiam das suas lideranças e dos caminhos para onde as mesmas estão a empurrar a Europa da União.

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publicado por Joao Pedro Dias às 01:45


1 comentário

De porta-estandarte a 03.09.2010 às 01:29

Caro Professor1

Eles não têm tempo para processar consequências para esse barómetro.
Só a energia que perdem à volta dos consensos e as tendências dos interesses novos que se vão desenhando, por entre gabinetes climatizados, e telefones que não param. As últimas novidades que geram e cimentam novas "amizades" conveniências", falsos compadrios estratégicos, potenciais influências para ancorar posições, e os perfumes, e as outras novidades muito atarefadas e anafadas. Os salários são altíssimos. É como que uma nova burguesia cortesã. O rei ninguém conhece, mas ele anda por lá algures. O que tem de melhor e de diferente das considerações de Erasmus de Roterdão fazia acerca dos cortesãos da sua altura, é que existe um espírito de uma certa humildade que perpassa a maioria dos parlamentares europeus e uma atitude executiva, e o ambiente em que se movem tem a dinâmica de uma sociedade de informação em constante revolução, espevitando um constante avivamento das ideias e das mentes, inspirando a inovação continuamente e a crença de que existem sempre soluções, tornando o movimento europeu um processo vivo, em constante movimento e que não pode parar.
O problema central é que não existe um líder em benefício das partes, mas as partes que tentam guiar um líder, e talvez isso seja igualmente uma vantagem. Por isso é-nos difícil perceber o rumo, mas ele existe, parece desordenado, mas segue talvez sob a orientação daquela mão discreta de que suspeitava Adam Smith, ao ver que no caos existia uma ordem que beneficiava a todos.
Só existe uma Europa na Terra, e talvez por sorte nossa, já somos dos mais europeus!

Obrigado pelo post.

bento

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