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Entre a China e o Médio Oriente

Quinta-feira, 02.09.10

No dia em que vai ter início, em Washington, nova ronda negocial sobre o conflito do Médio Oriente, sob o alto patrocínio de Barack Obama – que aposta tudo no sucesso das conversações para obnubilar um pouco a forma como acaba de pôr fim ao conflito no Iraque – constatar-se-á que uma cadeira à mesa das negociações vai estar vazia – a cadeira que deveria ser ocupada, à semelhança do que aconteceu noutras rondas negociais, pela União Europeia. Com a agravante de que, desta vez e depois da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, a UE até já conta, na sua estrutura institucional, com uma Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, que é simultaneamente Vice-Presidente da Comissão Europeia. Acontece que Lady Ashton se encontra de visita à China, pese embora não se descortinem que interesses mais importantes a UE possa ter na China do que em relação ao conflito que grassa nas suas fronteiras. Andou bem, pois, o eurodeputado Mário David, presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com os países do Maxereque, ao condenar em Bruxelas a ausência da UE das conversações de Washington. É que a União Europeia não pode aspirar a desempenhar um lugar de relevo e projecção no mundo cada vez mais globalizado em que vivemos se continuar a pautar a sua intervenção e a sua actuação pelo silêncio ou pela ausência.

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publicado por Joao Pedro Dias às 01:34


1 comentário

De porta-estandarte a 02.09.2010 às 21:45

Caro João Pedro Dias!

Também eu gosto muito destes assuntos, mas pela experiência e conhecimentos que tenho adquirido, as relações internacionais são extremamente mais complexas do que o futebol. Até que muitas vezes compreendo que nada é o que aparenta, porque funciona como um jogo de xadrez, mas com todos os jogadores(intervenientes) em tabuleiros próprios interactivos.
Não é por acaso que existem imensas agências governamentais e não só, a compilarem informação e a desenvolverem estratégias que nem sonhamos.
Na situação israelo palestiniana é levantada (à pressa), estratégicamente, para determinar claramente a posição do Prsd Obama, nas declarações da construção de uma nova mesquita ao lado do Ground zero. Como as sondagens revelaram uma queda vertiginosa da popularidade, foi necessário definir claramente, para o mundo, e para os americanos, qual a determinação do Prsd. Os temas são interligados como parte do mesmo problema: Fim da Guerra do Iraque, Acabar com a Al-Qaeda(uma promessa errada, mas mobilizadora), por em causa as declarações do Kadafi e tirar o tapete aos extremistas, o Irão, (e o ezobolah), o Paquistão e o Afeganistão, mostrando "boa vontade para mediar o conflito entre Israel e a Palestina. Mas mais uma vez vai dar em nada, porque o que os palestinianos querem, não podem querer os israelitas, e portanto, vão acabar por interromper a construção dos novos colonatos outra vez e deitar algum abaixo, embora eu não acredite que o Primeiro ministro Israelita vá muito nessa.
A questão final relativo ao seu comentário, é que, a Europa não entrou, estratégicamente, porque fica de reserva, funciona como a mãe. Onde é que depois os palestinianos vão chorar? À Europa, claro, mas os europeus sabem muito bem que essa gente se pudesse, tornava-nos a todos muçulmanos à força da bomba. Portanto, a Europa não está lá, porque não poderia estar. Seria meter mais um pouco de lume na fogueira, porque é mais tolerante, e digo eu, uma cambada de "poetas" que andam com a cabeça na lua, ou metida em gabinetes.
Desculpe a frontalidade, e espero que em nada se ofenda. Fico contente por termos neste assunto interesses comuns.

Um abraço, respeitosamente,

bento

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