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A Declaração de Veneza

Segunda-feira, 14.06.10

Recordando a Declaração de Veneza, emitida há precisamente 30 anos, em que pela primeira vez a Comunidade Europeia preconizou uma política para o Médio Oriente assente num conjunto de princípios que incluíam a segurança de todos os Estados da região (incluindo Israel) e o direito à autodeterminação dos palestinianos que supunha a criação de um Estado próprio. 30 anos depois e muitas centenas de mortos depois, não se vislumbra qualquer outra solução para o conflito do Médio Oriente que não passe, entre outros, pelo respeito por aqueles dois princípios.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:14

Os EUA, a Turquia e a UE

Domingo, 13.06.10

notícias segundo as quais os Estados Unidos estão “muito preocupados” com a “deterioração” das relações entre a Turquia e Israel e consideram que as reticências da União Europeia face à adesão de Ancara são em parte responsáveis por esse afastamento. Além de profundamente errada, esta visão de que a UE empurrou a Turquia para o Oriente acaba por ser reflexo da posição norte-americana, que sempre considerou ser do seu interesse estratégico que a UE aceitasse a Turquia no seu seio. Foram essencialmente os interesses norte-americanos a ditar esta posição; nunca a consideração dos interesses europeus. Na óptica do interesse específico da UE continuo a acreditar que faz mais sentido uma parceria reforçada com a Turquia do que uma integração plena - para a qual, aliás, é duvidoso que a Turquia esteja, ou queira vir a estar, preparada. E para problemas dentro da UE creio já termos suficientes, dispensando-se outros mais.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:41

As preocupações de Mário Soares

Sábado, 12.06.10

Em entrevista à TSF Mário Soares diz-se preocupado com a actual situação da União Europeia. Tem razões para isso. Temos razões para isso. Ainda que ambas - as razões dele e as nossas razões - não tenham necessariamente de ser as mesmas. Mas se recordarmos que a construção europeia foi uma síntese de razões democratas-cristãs e de razões socialistas, talvez possamos concluir que ambas as razões não andarão muito distantes ou, pelo menos, que não são insusceptíveis de serem sintetizadas. E, de todo o modo, quaisquer que elas sejam, as razões dele e as nossas razões, serão sempre preferíveis à razão daqueles que não demonstram quaisquer razões.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:26

As eleições na Bélgica

Sexta-feira, 11.06.10

Dentro de dois dias a Bélgica vai a votos. Quem, por dever de ofício, tenha seguido ou esteja a seguir esta campanha eleitoral, ter-se-á apercebido que é muito mais do que uma simples escolha sobre quem vai governar o país nos próximos tempos que está em causa. É, claramente, a existência do próprio país que está em jogo. E a Bélgica, a vários títulos, sempre foi tida como uma espécie de modelo para a própria União Europeia...

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:22

Mais mudanças nos Tratados?

Quinta-feira, 10.06.10

Angela Merkel veio defender novas alterações aos Tratados europeus para defender o euro. Apetece perguntar - mais mudanças nos Tratados europeus? Ainda não chegou a saga do Tratado de Lisboa? Mais uma série de anos com a Europa enredada em discussões institucionais e jurídicas, deixando de lado as efectivas políticas que podem ser desenvolvidas no quadro dos Tratados existentes? A Europa começa a ter saudades duma verdadeiraAlemanha europeia. Em simultâneo, adensam-se os receios de mais do que pretender uma Alemanha europeia, Merkel desejar uma Europa germanizada. No fundo, começa a ser esse o grande traço distintivo entre as governações (saudosa) de Helmut Kohl e a da senhora Merkel.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:35

Eleições legislativas na Holanda

Quarta-feira, 09.06.10

Dia de eleições legislativas antecipadas na Holanda com o Partido Liberal (VVD), liderado por Mark Rutte, a obter 31 assentos parlamentares, com 20,5% dos votos, seguido de perto pelo Partido Trabalhista (PvdA), que conquista 30 lugares (19,63% dos sufrágios). O grande vencedor das eleições, porém, é o partido anti-islâmico PVV, de Geert Wilders, que somou 15,45% dos votos, passando a dispor de 24 deputados, contra os nove conquistados nas eleições anteriores (2006). Os democratas cristãos (CDA) do PM cessante, Jan Peter Balkenende, perderam praticamente metade dos seus deputados, ficando com 21 assentos (13,61% dos votos), quando em 2006 conseguiram 41. Os socialistas (SP) obtiveram 15 lugares, seguidos dos ecologistas do Groenlinks e dos centristas do D66, cada um com 10 parlamentares. O pequeno partido cristão ChristenUnie fica representado por cinco deputados, cabendo ainda dois parlamentares ao Partido pelos Animais (PvdD) e outros dois ao partido protestante ortodoxo SGP.

 

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publicado por Joao Pedro Dias às 01:50

Who's the next?

Terça-feira, 08.06.10

Primeiro foi a Irlanda, depois a Grécia, a Espanha, Portugal, talvez a Itália, o Reino Unido, até a Alemanha, a Hungria, a Roménia, a Bulgária. Who's the next? Lentamente concluimos que vivemos numa Europa de Estados falidos ou em vias disso, vivendo acima das suas possibilidades, com um modelo social insustentável que, ou aposta na sua integração ou desagregar-se-á e viverá tempos negros por muitos e longos anos.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:49

O apelo do FMI e a austeridade que vem da Alemanha

Segunda-feira, 07.06.10

O FMI instou (e muito bem!) a UE a completar a União Económica e Monetária. A TSF teve a gentileza de pedir o meu comentário que pode ser escutado aqui. Em síntese, a União Europeia soube criar uma moeda única mas deixou a obra a meio, não criando mecanismos de defesa dessa moeda única no domínio das políticas económica, financeira, monetária e orçamental. Resultado dessa omissão - o euro, enquanto moeda única europeia, é hoje defendido de forma individual pelas administrações dos diferentes Estados que a ele aderiram e não de uma forma conjugada e concertada. Ainda hoje o governo alemão anunciou novas medidas de austeridade que consistem em cortes orçamentais de 80MM€ até 2014. São, objectivamente, más notícias para a Europa; se a Europa, especialmente a Europa do sul, estava à espera do impulso económico dado pela Alemanha para sair da crise, as medidas de austeridade anunciadas por Angela Merkel comprometem significativamente essa expectativa. Não são só os alemães que vão sofrer com a imposição destas medidas de austeridade. É no sentido de acabar com esse estado de coisas que vai o apelo do FMI. Foi essa a mensagem que me pareceu importante deixar expressa.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:53