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Semestre europeu

Quarta-feira, 12.01.11

Inicia-se, hoje, formalmente, o chamado «semestre europeu» - nome pomposo escolhido para, sob novas vestes, ilustrar uma realidade já prevista nos Tratados europeus que consiste num ciclo de coordenação das políticas macroeconómicas dos Estados-Membros no quadro do Pacto de Estabilidade e Crescimento e da Estratégia Europa 2020. Essa coordenação prévia, erradamente designada aqui e ali de «visto prévio» dos orçamentos nacionais, terá de se repercutir nestes mesmos orçamentos e nas opções de política macroeconómica que os mesmos vierem a reflectir. Em época de crise sustentada da moeda única europeia, pode ser um período importante rumo ao estabelecimento dos necessários mecanismos de governação económica e monetária de que a Europa da União carece para defender e fortalecer a sua moeda única. Num primeiro momento, a Comissão Europeia adoptará o Relatório do Crescimento Anual onde irá avaliar a situação económica dos 27 e fazer recomendações aos Estados-membros. É o ponto de partida para um período que se deseja novo e capaz de responder aos desafios da governação monetária, financeira e económica desta União em crise de unidade.

 

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publicado por Joao Pedro Dias às 14:41

Dúvidas e certezas

Segunda-feira, 10.01.11

Der Spiegel revela que a França e a Alemanha estão a pressionar Portugal para que o governo antecipe o recurso ao fundo europeu de estabilização (e por essa via ao FMI), num valor estimado entre os 60 e os 80MM€ como forma de evitar o contágio da crise do euro às economias da Espanha, da Itália e da Bélgica. A Alemanha negou, a França negou, a Comissão Europeia negou; até José Sócrates veio negar. Depois de tanta negação, tal qual sucedeu com a Grécia e a República da Irlanda, só falta mesmo saber quando chegará o resgate externo do país. Que ele vem, ninguém deve duvidar; que ele chegue para aplacar o ataque à moeda europeia, podemos e devemos duvidar.

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publicado por Joao Pedro Dias às 01:08

Muros

Quarta-feira, 05.01.11

Anuncia-se que em breve a Grécia concluirá um muro que a vai separar da Turquia. Apetece dizer que quando na Europa havia lideres e lideranças, os muros caíram ou foram derrubados e deram lugar à política. Regressar à política dos muros não parece muito boa ideia. Era preferível regressar à Europa da política. Mas para isso seria preciso haver líderes e lideranças, bem escasso e raro na Europa da União. Por isso resta regressar à política dos muros. Esta geração de governantes europeus está a trair o projecto europeu e a própria Europa.

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publicado por Joao Pedro Dias às 16:00

Limpar o caminho

Segunda-feira, 03.01.11

Croácia, Kosovo, Montenegro – em duas semanas, dirigentes ou antigos líderes destes Estados foram postos em causa ou detidos. Diz-se que a União Europeia quer limpar o caminho antes da adesão. Ocorre recordar que é preciso saber aprender com os erros e as lições do passado. Parte importante das dificuldades por que passa a UE reside no último mega-alargamento – que ainda não foi digerido. Pensar-se em novos alargamentos, neste momento, afigura-se suicidário. Só uma União Europeia com lideranças sem visão política pode admitir essa possibilidade.

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publicado por Joao Pedro Dias às 15:55

Tudo muda para que nada mude

Sábado, 01.01.11

Passam 25 anos sobre a adesão de Portugal às Comunidades Europeias – e o balanço continua por fazer; passam 10 anos sobre a introdução do euro que sofre o maior ataque que até hoje lhe foi dirigido – e a zona euro, com a adesão da Estónia, passa para 17 Estados-Membros; e a presidência rotativa da União Europeia passa da Bélgica para a Hungria. Tudo na União parece mudar para tudo permanecer na mesma.

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publicado por Joao Pedro Dias às 15:44