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O exemplo austro-húngaro

Quarta-feira, 30.03.11

O estado actual da União Europeia faz lembrar, cada vez mais, a situação que presidiu à queda do Império Austro-Húngaro. O Império não caiu ou ruiu por qualquer ideia contrária à essência imperial ou por qualquer contestação do Império e da coroa em si mesma. O Império caiu e desmoronou-se por um desigual desenvolvimento dos seus territórios e pelo acentuar das assimetrias entre os seus espaços integrantes. Essa é a natureza da actual crise europeia. Cada vez existe menos Europa, menos espírito europeu, mais traição aos valores dos pais fundadores, menos solidariedade intra-europeia e, como consequência de tudo isto, um fosso e uma clivagem cada vez maior entre os Estados do norte e do sul, entre os Estados mais e menos desenvolvidos, entre os Estados economicamenteem recuperação etodos os demais. A este ritmo, a esta velocidade e neste caminho a União Europeia terá um fim não muito diferente do Império Austro-Húngaro, com o regresso às nacionalidades, ao Estado-Nação, que abriram as portas, de par em par, às tragédias que se lhe seguiram.

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publicado por Joao Pedro Dias às 00:52

Prémio Norte-Sul

Terça-feira, 29.03.11

Lula da Silva, que saiu do Palácio do Planalto com as mãos sujas do sangue do criminoso italiano Cesare Battisti, a quem concedeu asilo político, é hoje laureado e distinguido pelo Conselho da Europa com o Prémio Norte-Sul. Se fosse coerente, recusava a distinção. Os valores em que assenta o Conselho da Europa, que agora premeia Lula, não são os das Brigadas Vermelhas que matava e assassinava na Itália dos anos setenta e oitenta. Eis mais um Prémio que fica a envergonhar quem o entrega e quem o recebe.

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publicado por Joao Pedro Dias às 14:31

A façanha e a falácia

Domingo, 27.03.11

A CDU da chanceler alemã Angela Merkel deve perder hoje o estado-federado de Baden-Württemberg, que governou durante 58 anos, mostram sondagens à boca das urnas. Uma coligação entre Verdes e os sociais-democratas do SPD, em que o partido ecologista é a maior força, deve obter uma votação combinada de 48,5 por cento. Os cristãos-democratas de Merkel (CDU) e os Liberais Democratas (FDP), seus parceiros no Governo nacional, devem ficar-se apenas por 43 por cento. Face a esta previsão ocorre constatar que conseguir perder Baden-Württemberg, dominado há quase 60 anos pela CDU, é uma façanha política. Só ao alcance de Angela Merkel. E atribuir esse feito à questão nuclear é somar uma falácia à façanha. Merkel está a perder eleição atrás de eleição porque, pese os resultados económicos alcançados, não tem estatura, perfil ou carisma para lidar uma potência como a Alemanha. Para mal da Alemanha e da Europa. E nosso.

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:14

Conclusões do Conselho Europeu

Sexta-feira, 25.03.11

Conclusões da Cimeira do Conselho Europeu realizada ontem e hoje em Bruxelas.

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publicado por Joao Pedro Dias às 20:07

A União Europeia no seu pior

Quarta-feira, 23.03.11

As modalidades do reforço do fundo de socorro do euro (EFSF) já não estarão em cima da mesa do Conselho Europeu de amanhã e só vão ser definidas pelos líderes europeus em Junho devido às dificuldades políticas e eleitorais de alguns países, nomeadamente a Finlândia mas também agora Portugal, que os impedem de assumir compromissos esperados até essa data. Estamos aqui perante a União Europeia no seu pior. A pretexto ou disto ou daquilo, as decisões importantes não se tomam, adiam-se. Eis, portanto, como um Conselho Europeu tido como um dos mais importantes dos últimos tempos, corre o risco de se transformar numa irrelevância política, face à magnitude dos problemas políticos a resolver e a mais uns quantos adiamentos já garantidos.

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:44

Jean-Claude Junker vs José Sócrates

Terça-feira, 22.03.11

José Sócrates tem andado a dizer ao país que as medidas constantes do PEC4 são, ainda, susceptíveis de serem negociadas, nomeadamente com a oposição e no quadro parlamentar. Ontem, pela boca de Jean-Claude Junhker, Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças do Luxemburgo e líder do eurogrupo, ficámos a saber que as medidas apresentadas em Bruxelas pelo Primeiro-Ministro são medidas definitivas e, por isso, insusceptívei de qualquer alteração. Curiosamente, ou talvez não, a intervenção do líder europeu ainda não foi desmentida pelas autoridades portuguesas. Há silêncios que falam por si só. A TSF teve a gentileza de me pedir um breve comentário sobre esta contradição - o qual pode ser escutado aqui.

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:07

O desafio

Terça-feira, 15.03.11

É precisa e urgente uma reflexão aprofundada sobre a UE que estamos a construir e desmistificar os sucessos que o governo apregoa, por detrás dos quais estão verdadeiros fracassos. O último Conselho Europeu foi disso um exemplo - imperou a falta de solidariedade, mandaram-nos tratar de nós, e isso é o contrário da Europa preconizada e construída pela democracia-cristã e à qual é preciso regressar. Se tivesse havido solidariedade política, a União ter-se-ia unido em torno dos seus Estados-Membros mais necessitados e mais carenciados e teria encontrado os mecanismo necessários à defesa da sua moeda única. O que aconteceu em Bruxelas foi o contrário de tudo isso. Foi determinar que cada Estado teria de cuidar de si e criar as condições para enfrentar os mercados, sem o apoio e o respaldo da União. Por este caminho, a UE está a trilhar a rota da desunião.

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publicado por Joao Pedro Dias às 02:27

A vergonha

Sábado, 12.03.11

Sinal dos tempos! Já não são as instituições europeias a pronunciar-se sobre as medidas anunciadas pelo governo português para, alegadamente, contribuírem para a defesa da moeda única europeia. É a chanceler do governo de Berlim quem o faz. O directório já nem se preocupa em esconder-se ao mesmo tempo que os princípios e valores em que assentou o projecto europeu vão sendo postergados. Raia a vergonha.

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publicado por Joao Pedro Dias às 04:11

A Cimeira dos 17

Sexta-feira, 11.03.11

Moderação salarial, indexação da idade da reforma à esperança média de vida e desenvolvimento de uma base fiscal para as empresas: parecem ser estes os eixos principais do “Pacto pelo euro” acordado na primeira Cimeira da UE que se limitou a reunir hoje em Bruxelas os líderes dos 17 da zona euro, para reforçar a competitividade europeia. Descontando o facto de as deliberações terem sido tomadas num quadro institucional inexistente ou irregular (em nenhum lugar dos Tratados se prevêem Cimeiras restritas aos Estados que partilhem uma dada política, neste caso o euro) e por isso necessitarem de uma confirmação a 27 na próxima Cimeira do Conselho Europeu do final deste mês, parece ser pouco, muito pouco, o resultado alcançado. Sobretudo insuficiente para aplacar a voragem dos mercados que são os credores dos Estados endividados da União. Pode ter sido mais uma oportunidade perdida - e estas vão-se somando a ritmo avassalador. A necessária flexibilidade do fundo europeu de estabilização financeira parece, uma vez mais, adiada. A benefício da Alemanha, por teimosia de Merkel e em prejuízo da Europa. A pergunta que se impõe é só uma - até quando resistirá o que resta da Europa da União aos tiros nos seus próprios pés que os seus dirigentes se vão entretendo em dar-lhe?

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publicado por Joao Pedro Dias às 04:36

Conclusões do Conselho Europeu

Sexta-feira, 11.03.11

Conclusões da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos Estados-Membros da zona euro e conclusões da Cimeira extraordinária do Conselho Europeu - ambas realizadas hoje em Bruxelas.

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publicado por Joao Pedro Dias às 01:00


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