Casa Europa
Anotações (quase) diárias sobre os caminhos da Europa e da União Europeia
Futuro presidente do Parlamento Europeu critica prepotência de Merkel
O senhor Martin Schulz não é, propriamente, o modelo de eurodeputado que se possa erigir em paradigma de virtude e urbanidade. Durão Barroso, de resto, bem o pode atestar, quer por referência ao momento da sua eleição e da sua reeleição para liderar a Comissão Europeia, quer noutros momentos do debate político travado em Bruxelas ou Estrasburgo. As instituições da Europa da União, parece também não quererem fugir ou distinguir-se da mediania (quando não da mediocridade) daqueles que escolhem e elegem para as representarem. Deve ser para não se distinguirem da qualidade dos representantes nacionais com quem têm de lidar e dialogar. Nada melhor, em certas alturas, do que conversas niveladas, entre iguais - e, portanto, há que nivelaar (por baixo) a qualidade dos escolhidos. Adiante - não é esse o tema deste comentário. O tema desta nota é outro: é que apesar da sua falta de qualidade, desta vez, Schulz tem razão. A prepotência de Merkel é censurável e condenável. Ser Schulz a censurar e condenar essa prepotência é que raia um pouco o irónico e o absurdo. Sobretudo se nos lembrarmos de algumas das suas intervenções parlamentares. E nem será preciso ter memória muito desenvolvida.