Casa Europa
Anotações (quase) diárias sobre os caminhos da Europa e da União Europeia
Devido ao impacto da crise na Grécia, Chipre mais perto de pedir ajuda internacional
«O Chipre estará próximo de pedir ajuda à Europa devido ao impacto da crise na Grécia sobre o seu sistema bancário, disse em entrevista ao ‘Financial Times’ (FT) o governador do banco central do país, Panicos Demetriades. De acordo com o responsável, com a aproximação do final do mês, data limite para a recapitalização do Banco Popular do Chipre, a segunda maior instituição bancária do país, num montante mínimo de 1,8 mil milhões de euros, o recurso à União Europeia (UE) torna-se mais provável. Panicos Demetriades admitiu que o Chipre vive "tempos de crise". Também o presidente do Banco Popular do Chipre, Michalis Sarris, sugeriu ao ‘FT’ que o país tem poucas alternativas para evitar pedir ajuda internacional. "É difícil de perceber de onde [a capitalização] virá, se não for da Europa", salientou Sarris, sublinhando que "o apetite para dar financiamento ao Chipre secou há já muitos meses". Recorrer aos fundos de emergência da UE seria um sério revés às pretensões dos cipriotas, que até ao momento rejeitaram a assistência europeia, tendo inclusive preferido receber um empréstimo da Rússia, que ascendeu a 2,5 mil milhões de euros e se destinou a ajudar o governo a pagar os custos com a sua dívida. Os bancos cipriotas perderam mais de 3 mil milhões de euros com o acordo de reestruturação da dívida pública grega, e têm uma exposição de 22 mil milhões de euros ao sector privado grego. Demetriades, que assumiu o cargo no banco central cipriota apenas no mês passado, ressalvou que ainda poderá ser possível recapitalizar o Banco Popular do Chipre de outras maneiras, através do recurso ao financiamento de privados ou ao empréstimo de um outro país. Há ainda negociações a decorrer entre o Chipre e as autoridades europeias tendo em vista a extensão do prazo de 30 de Junho para o final de agosto no que toca à recapitalização da banca. "Há uma solução limite e essa solução é o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), pelo que será usada caso seja necessário", frisou o governador. O Chipre assumirá a presidência da UE já no próximo mês.» [Fonte]
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Governo alemão aprova novo Mecanismo Europeu de Estabilidade
"O Governo de Angela Merkel aprovou hoje a participação da Alemanha no futuro Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), para ajudar países da Zona Euro em derrapagem financeira e com dificuldades de acesso aos mercados de capitais. Os respetivos diplomas serão ainda submetidos, antes do Verão, às duas câmaras legislativas, o Parlamento Federal e o Conselho Federal, e deverão contar com os votos favoráveis da coligação de centro-direita no poder e da oposição social-democrata e ambientalista, que juntos formam uma larga maioria nos dois hemiciclos. O MEE, que substituirá, a partir de julho, o atual fundo de resgate (FEEF) utilizado para conceder empréstimos à Irlanda, a Portugal e à Grécia, disporá de um fundo de garantias 500 mil milhões de euros." [Fonte]
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Les cinq points clés de l'accord franco-allemand
• Une procédure automatique pour déficits excessifs
Depuis la création de l'euro et du pacte de stabilité, les pays membres piétinent allégrement la règle qui fixe à 3% de leur PIB le plafond des déficits publics. Jusqu'à présent, des marchandages politiques et des promesses de rétablissement des finances publiques suffisaient à éviter la procédure européenne pour déficit excessif. La France et l'Allemagne proposent désormais que les sanctions soient automatiquement déclenchées dès lors que le seuil de 3% sera dépassé. Seul l'Eurogroupe pourra stopper cette procédure de sanction à condition qu'une majorité qualifiée le décide. Un État membre en difficulté pourra ainsi conclure avec la Commission «un partenariat européen pour la réforme» précisant les mesures qu'il compte mettre en œuvre pour «surmonter ses difficultés». Il pourra alors, «à titre de réponse ciblée», dépasser le plafond. La même procédure automatique pourra être enclenchée quand la dette d'un pays dépassera 60% du PIB. Sur ce point-là, la France et l'Allemagne ne se font pas de cadeau, leur endettement dépassant nettement ce niveau !
• Une «règle d'or» pour tous
Pour éviter ce qui constituerait «une menace» pour la stabilité de la zone euro, Angela Merkel et Nicolas Sarkozy insistent sur l'importance d'un «cadre de prévention global». Celui-ci passerait notamment par l'adoption par chaque État d'une règle d'or prévoyant une trajectoire de retour à l'équilibre. Il faudrait que cela se fasse «de préférence au niveau constitutionnel ou équivalent», précise la lettre. Ensuite, la Cour européenne de justice -à la demande d'un État membre ou de la Commission- aurait la possibilité de vérifier la transposition de la règle d'or au cadre légal national. Cette règle d'or, telle qu'elle est présentée dans le courrier commun, est plus dure que celle étudiée par le Parlement français -qui ne prévoit pas de date de retour à l'équilibre. Paris a réussi à éviter, en revanche, que la Cour européenne de justice ne porte un jugement sur les budgets nationaux, comme le voulait Berlin à l'origine.
• Le secteur privé moins mis à contribution en cas de défaut
La participation du secteur privé en cas de restructuration de la dette d'un État européen est cruciale. Lors du Sommet de Deauville, en octobre 2010, Angela Merkel avait obtenu de la France que toute future restructuration implique largement les prêteurs privés, à l'image de ce qui s'est produit avec la Grèce où les banques sont invitées «volontairement» à accepter une décote de 50% sur leurs titres. Cette décision, juste moralement, a eu pour effet de dissuader les investisseurs de prêter de l'argent aux États et a sévèrement fragilisé les marchés financiers depuis un an. Contraignant Berlin à faire machine arrière. Désormais, la participation du secteur privé en cas de défaut d'un État se fera selon les règles du FMI, c'est-à-dire au cas par cas et en intégrant également les pertes du secteur public. Une disposition qui protège davantage le secteur privé et est donc de nature à rassurer les investisseurs.
• Une politique de compétitivité et de convergence renforcée
Assainir les politiques budgétaires, mais aussi mieux cordonner les politiques économiques, dans le but de renforcer la compétitivité et la croissance. Pour y parvenir, la France et l'Allemagne prônent l'adoption d'un «nouveau cadre juridique commun». L'idée est d'avancer sur certains sujets -pour la plupart chers à la France: «régulation financière», le «marché du travail», la «convergence et harmonisation de l'assiette pour l'impôt sur les sociétés et l'instauration d'une taxe sur les transactions financières» ou des «politiques de soutien à la croissance». Les Parlements nationaux devront s'engager «à prendre en compte les recommandations adoptées au niveau européen sur la conduite des politiques économiques et budgétaires». La gouvernance de la zone euro sera renforcée: les chefs d'État et de gouvernement se retrouveront tous les mois tant que durera la crise, puis au moins deux fois par an.
• Une majorité superqualifiée pour le fonds de secours
Le mécanisme européen de stabilité financière (MES) est le fonds permanent censé assurer, à partir de 2013 et en remplacement du Fonds européen de stabilité financière (FESF), le soutien financier aux États en difficulté. Si les questions demeurent sur le montant précis dont il disposera pour sa mission, Paris et Berlin sont désormais d'accord pour avancer son lancement à la mi-2012. Ils sont soutenus, dans cette démarche, par la Commission européenne.Principal enjeu des négociations des prochaines heures: pour le moment, ce fonds ne peut intervenir au secours d'un pays qu'à condition d'obtenir l'unanimité des dix-sept pays membres. Il est envisagé de l'abaisser à une majorité «superqualifiée», de 85% des droits de vote. À ce niveau, la France, l'Allemagne ou l'Italie conserveront une minorité de blocage. À l'inverse, les petits pays, comme la Slovaquie ou la Slovénie, ne pourront pas s'opposer à une intervention du MES. [Fonte]
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Preparem-se, a Europa está a morrer - by Helena Garrido
"A União Europeia e o euro estão a morrer às mãos da Alemanha. Pela Alemanha nasceram, por causa da Alemanha arriscam a morte.
Hoje todos aceitam as directivas de Angela Merkel que Nicolas Sarkozy finge serem também da França. Estamos submergidos pelas dívidas e subjugados pelo terror do fim do euro. Mas a humilhação dos povos, pelos menos de alguns, paga-se.
As bolsas festejaram, as taxas de juro caíram e os líderes do outro lado do Atlântico respiraram de alívio. Mas tudo pode ser efémero. Pela actuação dos investidores e pelo que a história ensina dos povos europeus.
Os que ditam as regras do mercado, claro, reagem mais rapidamente que os povos. Ontem, ao fim do dia, a agência de "rating" Standard & Poor's revelava ao "Financial Times" a possibilidade de baixar o "rating" da Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo que hoje contam com a nota máxima (três A). Basta a França perder o valor de país sem risco para o mesmo acontecer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) que está a angariar recursos para países como Portugal. No outro lado do Atlântico, onde se compreende muito bem como funciona a economia financeira, valem zero as conversas sobre revisões de tratados e regras de disciplina financeira que levam meses e são ditados por dois países em 17 ou 27.
Deste lado do Atlântico, quem conhece a Europa, sabe que a dupla Merkzozy traçou um caminho incerto para ganhar a batalha do colapso imediato do euro mas aprofundou ainda mais as feridas, abertas desde que esta crise começou em 2010, na soberania e na democracia dos países europeus e da União Europeia.
A Europa de Jean Monnet foi construída com os valores do respeito pelo outro, num tempo em que a Alemanha não era a grande Alemanha, mas a Alemanha saída da guerra - como este fim-de-semana lembrou Helmut Schimdt. Os tratados foram sempre revistos num ritual que respeita os valores da democracia e a diferença entre os povos. Nunca nasceram de reuniões entre a França e a Alemanha. Sim, a história conta que o euro nasce de um compromisso entre Paris de Miterrand e, na altura, Bona de Kohl. Eu, disse a Alemanha, concordo em partilhar a minha soberania monetária, e eu, disse a França, concordo com a unificação alemã. Mas nem por isso se deixou de construir um Tratado, o de Maastricht, com todos os rituais que os valores da democracia e liberdade exigem.
A Alemanha prefere sacrificar os valores da democracia e da igualdade entre os povos no altar da sacrossanta proibição do financiamento monetário da dívida que vai alimentando ganhos financeiros. Sem se dar conta, a Alemanha está a ser cúmplice dos ganhos de milhões que muitos bancos, investidores, estão a obter, cobrando 6 a 7% aos Estados soberanos do euro para, com esses títulos, a renderem essas taxas, irem buscar dinheiro a 1% ao BCE. Porque o banco de Frankfurt pode deixar os bancos ganharem dinheiro à custa dos soberanos, mas não pode ajudar directamente os povos. Porque, na narrativa que nos vai sendo feita, os povos têm de ser castigados por terem gasto de mais. Sem que ninguém queira saber porque gastaram e como gastaram e muito menos quem foi que quebrou, sem consequências, a regra do Pacto de Estabilidade.
Temos de nos preparar. Os povos sofrem, mas não esquecem. De Atenas a Dublin, passando por Lisboa, de Roma a Madrid, as feridas vão ficando. Podemos estar seriamente perante a vitória numa batalha que nos lança para a pior das guerras, a da desintegração europeia." [Fonte]
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Merkel: Nenhuma cimeira vai resolver a crise do euro
"A chanceler alemã disse hoje à imprensa que nenhuma cimeira de líderes europeus vai resolver a crise orçamental europeia. É necessário atacar a raiz do problema pela redução da dívida e através de reformas.“Creio que chegámos ontem a um bom acordo para darmos os passos seguintes” no processo de resolver a crise da dívida europeia, disse Angela Merkel à imprensa em Berlim, citada pela Bloomberg. “Ainda nos falta dar muitos passos, como se vê nas reformas estruturais que foram anunciadas em países como Itália, Espanha e Grécia. Por isso não se pode utilizar uma única cimeira para atingir esse objectivo, temos é de continuar a trabalhar juntos nas questões estruturais”, salientou. A líder do Governo alemão rejeitou ainda comentar o programa de compra de obrigações que está a ser levado a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE), escudando na independência da autoridade monetária europeia. “O BCE é uma instituição independente” que sempre encorajou os líderes dos países da União Europeia a assumir responsabilidades na política orçamental, cabendo-lhe a si controlar a política monetária. Para Angela Merkel, a expansão das competências do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) vai permitir uma melhor “divisão do trabalho”, referiu." [Fonte]
Talvez fizesse mais sentido a Senhora Chanceler afirmar que não permitirá que nenhuma Cimeira resolva a crise do euro....
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Sucesso da cimeira europeia ameaçado por falta de acordos
"A horas de arrancar uma cimeira decisiva sobre o euro, multiplicam-se os sinais de desentendimento entre os parceiros europeus. E enquanto procuram salvar a moeda única, a Itália dá mais uma dor de cabeça à zona euro. Em Bruxelas, joga-se o futuro da Europa. Em Roma, o futuro da coligação. Os líderes europeus partem para a cimeira de Bruxelas na quarta-feira com a máxima pressão dos mercados para fechar um acordo sobre resolução da crise europeia, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, tenta com o principal aliado da coligação governamental, a Liga do Norte, superar a tempo as divisões para cumprir uma missão que a Europa lhe exige – um acordo para aprovar mais austeridade. A perspectiva de ser finalizado um amplo acordo entre os chefes de Estado e de Governo da União Europeia e da zona euro amanhã em Bruxelas foi sublinhado pelo presidente do eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker. Mas a horas da cimeira, os líderes europeus têm ainda por decidir a forma de reduzir parte substancial da dívida grega detida pelos privados, o planeamento de recapitalização de bancos europeus e a forma de alargar a capacidade de intervenção do fundo de socorro do euro (FEEF). São as questões centrais que se jogam em Bruxelas.O fundo, agora composto por 440 mil milhões de euros (parte dos quais já utilizados no apoio aos países em dificuldades, como Portugal), deverá ser reforçado de modo a evitar o contágio a países como a Espanha e Itália. E uma das estratégias, segundo avançou a agência Reuters, poderá passar pela formação de um veículo especial de investimento, cujo capital poderia contar com a participação do FMI, bem como de fundos soberanos. Se a proposta avançar, já não seria necessário um esforço financeiro adicional (via garantias) dos países europeus. Isto depois de a França ter cedido às posições alemãs e desistido da ideia de permitir ao FEEF financiar-se junto do Banco Central Europeu (BCE).Mostrando-se confiante num acordo duradouro, Juncker sublinhou a urgência de envolver “ao máximo” o Fundo Monetário Internacional (FMI) no plano de resolução da crise, sendo o fundo uma das instituições da troika que acordou os programas de ajustamento externo à Grécia, à Irlanda e a Portugal.
Alemanha contra intervenção do BCE
Outro sinal de que a cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE e da zona euro está longe de ser um sucesso garantido veio de Angela Merkel. Questionada sobre uma versão preliminar de preparação da cimeira que dava conta do desejo dos líderes europeus de que o BCE continue a aplicar “medidas não convencionais no actual ambiente extraordinário que se vive nos mercados financeiros”, a chanceler alemã disse que “essa frase não tem” o acordo alemão. Um sinal de que permanecem os desentendimentos entre a Alemanha e outros parceiros europeus, nomeadamente a França, sobre o papel que o BCE deve desempenhar na resolução da crise. Merkel, para explicar o desacordo alemão em relação a esta matéria, disse que não queria uma declaração de políticos a dizerem ao BCE aquilo que deve fazer. Entre as medidas não convencionais aplicadas pela autoridade monetária está a compra de Obrigações de Tesouro de países da moeda única no mercado secundário. À parte do optimismo revelado pelo presidente do eurogrupo, o Conselho Europeu anunciou o cancelamento das reuniões preparatórias dos ministros das Finanças da UE e da zona euro antes da cimeira de líderes. Uma decisão anunciada com parcas explicações e conhecida a meio da tarde, quando nos mercados financeiros já se antecipava um fecho em baixa nas bolsas europeias: -2,1% em Lisboa, -1,43% em Paris, -1,41% em Frankfurt e -1,06% em Milão. Um sentimento negativo que se prolongou em Nova Iorque, onde os índices encerraram negativos: o índice Dow Jones -1,69% e o Nasdaq -2,28%.
Ameaça de crise política em Itália
A dominar as preocupações europeias está ainda a Itália, que, para mal da vontade dos parceiros europeus, permanece sem acordo interno para aprovar mais reformas estruturais a tempo do Conselho Europeu. Angelino Alfano, até Julho ministro da Justiça e actual secretário-geral do Povo da Liberdade, o partido de Berlusconi, mostrava-se ao final da tarde confiante num acordo que ponha fim ao impasse com a Liga do Norte e permita novas medidas de austeridade, como o aumento da idade da reforma para os 67 anos. No intervalo entre a cimeira do último domingo e a que decorre amanhã, cresceram os sinais nos mercados perante uma crise política iminente em Itália. Os juros da dívida italiana a dez anos (o prazo de referência) subiram nos mercados secundários para próximo dos 6%, no dia em que Umberto Rossi, líder da Liga do Norte, assumiu que o executivo está “em risco”. Numa demonstração de unidade, contrária às divisões veiculadas pela Liga do Norte, Alfano veio mais tarde sustentar que os dois partidos estão unidos quanto à resposta que Itália quer “mostrar à Europa". Uma resposta “sobre o que fizemos e o que pretendemos fazer”." [Fonte]
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Merkel dixit: Fundo europeu «engordará» para lá de 1 bilião
"O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) deverá ser reforçado para mais de um bilião de euros e as perdas sobre a Grécia podem chegar aos 60%. A percentagem do desconto sobre a dívida helénica foi já esta segunda-feira confirmada pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. Já o valor do reforço do fundo europeu foi avançado por membros da oposição parlamentar na Alemanha.As declarações dos deputados alemães seguem-se a um encontro com a chanceler Angela Merkel e surgem numa altura em que decorrem intensas negociações para resolver a crise da dívida soberana na Zona Euro, em particular no que toca à Grécia, mas também em relação a Roma, onde o Governo está hoje reunido para dar resposta a novas exigências vindas de Bruxelas.
Reforço deverá contar com FMI
«Vai haver uma alavancagem do FEEF. É claro que esta alavancagem vai ser de um nível para lá de um bilião de euros», num reforço que deverá envolver o Fundo Monetário Internacional, disse, citado pela Associated Press, Jurgen Trittin, membro dos Verdes alemães. Além disso, está prevista também uma recapitalização dos bancos europeus da ordem dos 100 MM€, e o aumento das suas taxas de capital próprio (racio) dos actuais 5% para 9%, adiantou também a chanceler aos deputados, segundo a Lusa.
Parlamento alemão tem palavra a dizer
As alterações ao fundo de resgate europeu serão votadas na quarta-feira pelo plenário do Parlamento alemão, e não apenas pela comissão do orçamento, noticiaram hoje vários órgãos de informação germânicos, citando fontes do governo de Angela Merkel. A votação será antecedida por um discurso da chanceler sobre a política europeia do executivo. Inicialmente, a coligação de centro-direita formada pelos democratas-cristãos e liberais opôs-se a uma proposta da oposição para deliberar sobre o FEEF no plenário, alegando que bastaria aprovar aos alterações ao fundo de resgate na comissão parlamentar do orçamento. O líder parlamentar democrata-cristão, Volker Kauder, justificou a cedência à oposição nesta matéria com o «elevado interesse» que as questões relacionadas com o fundo de resgate estão a suscitar na opinião pública alemã. A lei actual só exige que a comissão parlamentar do orçamento se pronuncie sobre a expansão do FEEF. Após a votação no plenário do Bundestag, que deverá aprovar por larga maioria dos partidos do governo, dos sociais-democratas e dos Verdes as novas directivas do FEEF, Merkel partirá para Bruxelas, para participar na cimeira dos líderes europeus que deverão aprovar o pacote de medidas para tentar debelar a crise das dívidas soberanas." [Fonte]
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O desnorte e a falta de rumo
Em semana de Cimeira de Conselho Europeu, a Europa da União dá sinais de desunião e de desnorte, falta de rumo e liderança como até ao momento nunca havia dado. Se Merkel se apressou a pôr água na fervura das expectativas anunciando que nada de especial se deverá esperar do encontro do chefes de Estado e de Governo, Sarkozy demorou menos de 24 horas a retorquir que a crise europeia e das dívidas soberanas estará resolvida dentro de 10 dias. O directório europeu, esse eixo franco-alemão ou directório de facto que, sem mandato nem legitimidade, teima em determinar o rumo e os destinos da Europa da União, tornando os demais chefes de Estado e de governo, que integram o Conselho Europeu, bem como as próprias instituições comunitárias, numa espécie de reféns cativos do decidido em Paris e em Berlim. começou a evidenciar as suas mais profundas divergências e divisões em torno de alguns dos aspectos fundamentais que estarão em cima da mesa da Cimeira europeia. Essas divisões e divergências atingiram hoje o seu ponto mais relevante com a sucessão de notícias cruzadas e contraditórias que chegaram ao ponto de questionar a realização da própria Cimeira; de levar a chanceler a anular a comunicação agendada para amanhã no Bundestag sobre assuntos europeus; ou de detalhar as diferentes visões sobre o que deve ser o futuro do FEEF. E tudo culminou na decisão bizarra e completamente original tomada pelo directório desunido de convocar para a próxima semana nova cimeira dos chefes de Estado e de governo da zona euro quando ainda não se realizou o encontro do próximo domingo. Se se pretendesse esvaziar em absoluto a importância desta próxima Cimeira, seria difícil congeminar ou conceber estratégia mais perfeita do que convocar a Cimeira seguinte antes da realização da Cimeira que se segue. Daí que possamos afirmar, sem receio de grande contradita, que este é um dos momentos mais críticos da história do projecto europeu que já leva sessenta anos de existência. Não é só pela existência do directório sem mandato que se dá ao luxo e se permite decidir em nome da própria União, tornando o Conselho Europeu - órgão supremo de condução política da União - refém das suas próprias decisões, pouca margem tendo que não para ratificar o que foi decidido em incontáveis encontros bilaterais realizados em Paris ou em Berlim. É, também, para além disso, o constatar da divergência e do desencontro dentro desse directório que deixa a União e as suas instituições à beira dum ataque de nervos e os mercados internacionais a percepcionarem as graves clivagens que emergem do prjecto europeu. Foram estas reflexões que, por gentileza da TSF, foram hoje partilhadas e que podem ser escutadas de forma sintética aqui.
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Falhou acordo franco-alemão para estabilizar a zona euro
"A cimeira informal de líderes europeus que decorreu ontem em Frankfurt (Alemanha) não conseguiu que a Alemanha e a França chegassem a um acordo sobre a forma de aumentar o poder de resposta do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). Fontes do Governo germânico disseram em Berlim que serviu para debater “questões em aberto relacionadas com a estabilização da Zona Euro”. Além disso, estabeleceu-se o calendário de tarefas relacionadas com as cimeiras da União Europeia e da zona euro marcadas para domingo, em Bruxelas, adiantaram as mesmas fontes, sem acrescentar pormenores. No entanto, não foi alcançado o tão pretendido acordo franco-alemão sobre a forma de aumentar a capacidade financeira do FEEF, que tem como missão resgatar países da zona euro em dificuldades para se financiarem nos mercados. A agência Reuters relata que os líderes francês e alemão deixaram a reunião de Frankfurt sem falar aos jornalistas que se encontravam no local e que, quando questionado sobre se tinha havido um acordo, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, respondeu que “ainda haverá reuniões sábado e domingo”. Segundo responsáveis alemães e franceses, antes do encontro informal, à margem da despedida do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, estava sobretudo em causa uma eventual solução para apetrechar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) com meios que lhe permitam financiar grandes economias da moeda única, como a Espanha e a Itália, se for necessário. Até agora, o FEEF, que tem um volume operativo de 440 mil milhões de euros, concedeu empréstimos à Irlanda de 85 mil milhões de euros e a Portugal de 78 mil milhões de euros. Além disso, foi já aprovado um novo resgate de 109 mil milhões de euros à Grécia, mas se grandes economias, como as de Itália ou Espanha, também precisarem de ajuda, as verbas do fundo não serão suficientes, como já advertiram vários economistas. Paris e Berlim apostam, no entanto, em diferentes modelos para municiar o FEEF." [Fonte]
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Eslováquia aprova reforço do FEEF e Europa respira de alívio
"O parlamento eslovaco aprovou hoje o alargamento do fundo de resgate do euro. Fica assim concluída a ratificação por todos os países do euro. O líder da oposição eslovaca já tinha ontem revelado que os partidos do país tinham acordado aprovar o alargamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) até ao final da semana. Hoje, o parlamento eslovaco concretizou a ratificação do reforço do fundo europeu de resgate, fazendo com que todos os países do euro já tenham aprovado o fortalecimento do FEEF, uma condição essencial para que as alterações entrem em vigor. A votação de hoje aconteceu dois depois do chumbo do parlamento eslovaco, esta terça-feira, quando os deputados do país também reprovaram o voto de confiança ao governo de coligação liderado por Iveta Radicova, o que fez cair o Executivo. Robert Fico, o líder do maior partido da oposição (SMER), também já revelou que acordou com os três partidos da coligação a realização de eleições antecipadas em Março do próximo ano. Para além de engordar para 440 mil milhões de euros, face ao ‘budget' inicial de 240 mil milhões, o fundo passa também a poder comprar títulos de dívida soberana dos países do euro em dificuldades." [Fonte].