Casa Europa
Anotações (quase) diárias sobre os caminhos da Europa e da União Europeia
Eurodeputados portugueses no Parlamento Europeu
Um estudo hoje divulgado mostra-nos que na hora de votar em Estrasburgo os eurodeputados portugueses preferem a cor da família política à bandeira do País. Desde o início da legislatura, só quatro vezes os portugueses no PE romperam com a linha ideológica para se unirem no sentido de voto, num voto de feição nacional. Segundo o site VoteWatch, responsável pelo estudo, só espanhóis e eslovacos estiveram menos alinhados. O momento mais mediático da desunião dos portugueses foi a reeleição de Durão Barroso. Embora os socialistas – à excepção de Ana Gomes – tenham rompido com a abstenção do seu grupo para votarem no Presidente da Comissão, os eurodeputados eleitos pelo BE e PCP votaram contra Barroso. Estranhar esta realidade é não perceber a essência da câmara parlamentar europeia. Esperar encontrar «votos nacionais» oriundos de deputados de diferentes origens ideológicas é procurar uma realidade diferente do Parlamento Europeu. Neste, a pluralidade é mais política do que nacional; a divergência mais ideológica do que territorial. Nada de estranhar, pois, nos resultados do estudo no que ao sentido de voto dos deputados europeus diz respeito. O que talvez não seja tão natural é constatar-se o nível de abstencionismo de alguns deles. E se Diogo Feio é o único que nunca faltou a uma sessão plenária, entre os mais faltosos contam-se Paulo Rangel, Rui Tavares e Elisa Ferreira. Em nome da transparência no exercício dos respectivos mandatos, espera-se uma palavra de justificação pública deste incumprimento do mandato recebido do eleitorado.