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França mostra reservas sobre disponibilidade alemã para liderar Eurogrupo

Terça-feira, 29.05.12

«O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, mostra reservas sobre uma eventual nomeação do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, para a liderança do Eurogrupo, criticando a estratégia de combate à crise pela via da austeridade, e ao insistir que o sucessor de Jean-Claude Juncker tem de colocar o crescimento no topo das prioridades. A posição francesa foi assumida por Jean-Marc Ayrault numa entrevista publicada nesta segunda-feira no site da revista L’Express, onde é abordada a disponibilidade do governante alemão para liderar o fórum informal que reúne os ministros das Finanças dos 17 países da zona euro. Questionado sobre se a escolha de Schäuble para o Eurogrupo é “impensável”, o primeiro-ministro francês não assume uma posição clara. Mas critica o discurso que tem dominado as posições de Schäuble sobre o caminho para a resolução da crise das dívidas, em particular, a situação na Grécia. Os cidadãos “estão cansados deste clima de austeridade sem perspectivas, que cria argumentos para os populismos”, atira, depois de insistir na prioridade do crescimento para devolver “um novo futuro com confiança” à Europa. “Os alemães fizeram muitos esforços para a sua reunificação, são exigentes sobre a capacidade de cada país em controlar as suas contas públicas. Mas o problema é hoje o crescimento e o fosso que aumenta entre a Europa do Norte e do Sul”, observa. Por isso não se compromete sobre qual dos ministros com assento no Eurogrupo é que França vai apoiar para a liderança deste fórum informal. Desvaloriza a disponibilidade do governante conservador alemão para suceder ao luxemburguês Juncker, eleito em Janeiro de 2010 e cujo mandato termina a 17 de Julho. E reforça o que François Hollande defendeu uns dias antes de tomar posse como Presidente, quando este elogiou o trabalho de Juncker considerando útil o seu papel para defender o crescimento como via para inverter a estratégia de resolução da crise. Na pequena parte da entrevista onde são abordadas directamente as questões económicas europeias, a Grécia domina as preocupações do primeiro-ministro socialista francês. Reitera o apoio de Paris sobre a permanência do país na moeda única. E, neste caso, frisa a convergência de posição com a Alemanha. “Esperamos, como os alemães, e como a imensa maioria dos gregos, que continue na zona euro. É preciso dizer [à Grécia] que a Europa não a vai deixar cair, nomeadamente utilizando melhor os fundos estruturais, mas que têm reformas a fazer, por exemplo, a fiscal”. Sobre o dossier francês para a criação de obrigações europeias, Jean-Marc Ayrault frisa vagamente que “tudo deve estar em cima da mesa”, acrescentando que as incertezas em torno da situação grega obrigam a “abordar todas as hipóteses”. “As eurobonds, François Hollande disse-o, são uma perspectiva. Enquanto isso, o Mecanismo Europeu de Estabilidade pode desempenhar um papel mais [relevante] do que o esperado. Tenho confiança no pragmatismo dos nossos parceiros alemães”.» [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 21:23

Alemanha rejeita proposta de Hollande para eurobonds

Segunda-feira, 21.05.12

«A Alemanha rejeitou hoje a proposta do novo Presidente francês, François Hollande, à margem da cimeira do G8, para a introdução de eurobonds na zona euro, considerando-a "a receita errada no momento errado". "No momento atual, não vejo motivos para mudarmos de rumo, a introdução de eurobonds seria a receita errada no momento errado, e teria efeitos secundários contraproducentes", disse o secretário de Estado das finanças alemão, Steffen Kampeter, à emissora pública de rádio Deutschlandfunk. Na opinião de Kampeter, a base para uma política orçamental comum na Europa "é, em primeira linha, o Tratado Orçamental", e não a emissão de títulos conjuntos de dívida pública europeia, os chamados eurobonds. Uma tal emissão permitiria aos países da moeda única com dificuldades de acesso aos mercados de capitais financiarem-se em condições mais favoráveis. Em contrapartida, países como a Alemanha, que beneficiam de juros muito baixos para se financiar nos referidos mercados, teriam de pagar mais. O Governo de Angela Merkel tem recusado sistematicamente a emissão de eurobonds, considerando-os uma forma de mutualizar as dívidas públicas na zona euro. Berlim tem alertado também para o risco de uma tal medida poder contribuir para afrouxar os esforços de consolidação orçamental e de redução da dívida pública dos países da moeda única com elevados défices estruturais. Após uma reunião do G8, em Camp David (EUA), o novo chefe de Estado francês, François Hollande, anunciou, no entanto, que irá fazer propostas para incrementar o crescimento económico na União Europeia no Conselho Europeu Extraordinário de quarta-feira, em Bruxelas, incluindo a emissão de eurobonds. "Não estarei sozinho a fazer essas propostas", sublinhou Hollande. Nas declarações à Deutschlandfunk, Kampeter advertiu também o Presidente francês contra uma eventual interligação entre a questão dos eurobonds e a escolha do novo presidente do eurogrupo. Segundo o semanário Der Spiegel, Hollande coloca reticências à eleição para este cargo do atual ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, após a saída do atual titular, Jean-Claude Juncker. "Uma tal interligação de temas bem diferentes lançaria uma luz menos boa sobre a necessidade de consolidação orçamental na Europa, e não traria vantagens políticas e económicas aos países que estão a implementá-la", disse Kampeter. O responsável alemão esclareceu também que Berlim recusa também programas de apoio à conjuntura que signifiquem novo endividamento, ao contrário do novo Governo francês. "O que é preciso é melhorar as condições para que haja crescimento através de reformas estruturais que não pesem nos orçamentos", referiu Kampeter.» [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 18:08

A Europa cansada da Grécia

Sexta-feira, 11.05.12

Num mesmo dia, enquanto se esgota mais uma tentativa de formar um novo governo na Grécia, o Ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, veio afirmar que a Zona Euro «está mais resistente» e que a Grécia tem de ter a vontade de se manter na moeda única; mas se esta não cumprir as exigências europeias, a Zona Euro tem condições para suportar a sua saída da moeda única. No mesmo dia, Durão Barroso veio elevar o tom do discurso oficial europeu esclarecendo que a Grécia deverá sair da zona euro se não respeitar os seus compromissos orçamentais feitos em troca de um plano de resgate aprovado pelos 17 Estados membros da moeda única. Uma única conclusão pode ser tirada destas afirmações - a Europa da União, quer ao nível das suas instituições quer ao nível dos seus principais Estados-Membros, começa a cansar-se e a ficar farta da Grécia. E, paulatinamente, ou os gregos se entendem e respeitam os seus compromissos, ou começa a ser preparado o terreno para deixar cair a Grécia. Foram declarações prestadas à TSF que podem ser escutadas aqui.

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:47

Zona Euro suporta saída da Grécia da moeda única, diz Schaeuble

Sexta-feira, 11.05.12
O ministro alemão das Finanças sublinha que a Zona Euro «está mais resistente» e que a Grécia tem de ter a vontade de se manter na moeda única. O ministro alemão das Finanças entende que a Zona Euro tem condições para suportar a saída da Grécia da moeda única. Em entrevista a um jornal alemão, Wolfgang Schaeuble considerou que a «Europa não cai assim tão facilmente» e que a Zona Euro «está mais resistente». «Queremos que a Grécia se mantenha na Zona Euro, mas essa tem de ser também a vontade deles», afirmou o titular alemão da pasta das Finanças. Para Schaeuble, «é perigoso fazer crer aos cidadãos que há outro caminho, mais fácil, para sanear as suas finanças e evitar a austeridade, o que é um disparate». [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 12:26

Maioria no Parlamento da Alemanha aprova segundo resgate grego

Segunda-feira, 27.02.12

"A câmara baixa do Parlamento alemão deu luz verde para a Alemanha validar o segundo pacote de assistência financeira à Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros. Com o “sim” de 496 deputados, entre os 591 presentes no plenário, Angela Merkel parte para a cimeira de Bruxelas desta semana com a necessária aprovação prévia para ratificar o acordo para a Grécia. Merkel abriu o jogo durante a discussão do segundo empréstimo à Grécia e não escondeu o risco de um falhanço da solução europeia para a Grécia. Mas aproveitou a intervenção inicial no Parlamento para contrapor à situação grega progressos nas reformas económicas de outros países sob grande pressão dos mercados – Portugal e Irlanda, também resgatadas pela União Europeia e o FMI, e ainda Itália e Espanha. A contagem dos votos confirmou a esperada aceitação por larga maioria do segundo resgate grego: 496 votos a favor, 90 contra e cinco abstenções. Não quer isto dizer que a aprovação seja o espelho de um Parlamento totalmente reconhecido na receita europeia para salvar a Grécia. “Não é uma decisão fácil”, ressalvou a deputada Gerda Hasselfeldt, da União Social-Cristã (CSU) da Baviera, parceiro da coligação, defendendo que a solidariedade não é ilimitada, cita a AFP. A própria chanceler ressalvou que nada deve ser dado como garantia de sucesso no caso grego. “Ninguém pode dar garantias de sucesso de 100%” sobre o programa de assistência à Grécia. Refreando as expectativas dos mercados quanto a um reforço do “poder de fogo” na zona euro, Merkel considerou não haver necessidade de aumentar os meios de combate à crise. No discurso antes da votação, deu força à ideia defendida pelo seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, no fim-de-semana, que salientou que a zona euro vai avaliar em Março se os meios europeus são adequados, mas isso não significa que a questão fique resolvida já no Conselho Europeu desta semana. Março, afirmou então, tem 31 dias. A referência de Merkel aos mecanismos de protecção, ou seja, os fundos que suportam os resgates na moeda única, acontece na sequência da pressão colocada sobre a Alemanha, pelos ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G20, para que Berlim aceite aumentar o “poder de fogo” da zona euro.A questão grega estará inevitavelmente na agenda dos líderes dos 27 da União, que se reúnem na quinta e na sexta-feira na segunda cimeira do ano em Bruxelas." [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:33

A razão para os adiamentos no 2º auxílio à Grécia: vários países rejeitam Grécia no euro e preferem bancarrota

Quarta-feira, 15.02.12

"A crise grega parece estar à beira de um novo capítulo, com a vinda a público de divergências entre os parceiros europeus sobre a opção por um segundo resgate, com alguns a preferirem que o país entre em bancarrota. A notícia merece a manchete desta quarta-feira do Financial Times, e entretanto foi confirmada pelo ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos. “É preciso dizer a verdade ao povo grego: há vários países [da zona euro] que já não nos querem. É preciso convencê-los” de que a Grécia pode vencer e permanecer no grupo “pelas próximas gerações”, afirmou, citado pela agência francesa AFP, à chegada para uma audiência com o Presidente da República, Carolos Papoulias. “O desafio da nossa geração são quer os sacrifícios e os cortes, quer a catástrofe nacional que pode arrastar a nossa sociedade, as nossas instituições e a democracia”, acrescentou. O Eurogrupo anulou na terça uma reunião dos Ministros das Finanças da zona euro, prevista para esta quarta-feira, que deveria aprovar um novo pacote de ajuda para lhe permitir evitar a bancarrota dentro de um mês, o que lançou mais incerteza sobre o futuro do país. Jean-Claude Juncker, o Presidente do Eurogrupo, disse que tomou a decisão de anular a reunião, substituindo-a por uma "teleconferência" para permitir uma discussão de alguns aspectos que estão por resolver, mas o Financial Times adianta (citando “altos funcionários europeus”) que há uma divisão crescente sobre se Atenas merece a confiança de um segundo resgate a as consequências de um desfecho que resulte numa pura bancarrota do país.O Ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, já tinha dito que a zona euro estava “agora melhor preparada do que há dois anos” para lidar com um incumprimento. Há alguns dias, a comissária europeia holandesa, Neelie Kroes (que é vice-presidente da Comissão) afirmou, por seu lado, que “ninguém morre” se a Grécia sair do euro, o que contraria a posição oficial do executivo liderado por Durão Barroso. Porém, o comissário europeu da Economia e Finanças, Olli Rehn, advertiu para “consequências devastadores” de um cenário desse tipo, e segundo as fontes do Financial Times esta posição tem o apoio da França e do BCE." [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 18:12

FMI duvida que a Grécia cumpra as metas da troika

Domingo, 08.01.12

"O Fundo Monetário Internacional (FMI) está a perder confiança na capacidade de a Grécia equilibrar as suas contas públicas e reduzir o peso da sua dívida, sugere um relatório da instituição citado pela revista Der Spiegel. Segundo o documento a que a publicação alemã teve acesso, e que é citado pela agência Bloomberg, o FMI considera insuficiente o actual programa de ajustamento para Atenas atingir o equilibro orçamental, dadas as metas do acordo com a troika que estão por cumprir. Os peritos do FMI – um dos parceiros do empréstimo de 110 mil milhões de euros negociado com o anterior Governo helénico –, querem que na próxima ronda de avaliação do Memorando de Entendimento sejam revistos os pontos-chave do acordo. Isto segundo o relato daquela revista alemã, que não foi comentado nem desmentido pelo fundo. Para a instituição liderada por Christine Lagarde, a Grécia só tem três opções: avançar com mais medidas para consolidar as suas finanças; ser negociado um perdão maior com os credores privados; ou serem negociados mais fundos por parte da zona euro. A notícia surge dias depois de os representantes dos bancos e outras instituições financeiras credoras da Grécia terem feito pressão para uma conclusão rápida das negociações quanto ao abatimento de parte dos empréstimos feitos ao Estado grego. Numa altura em que se aproxima o exame à execução do ajustamento grego (em meados de Janeiro), um conselheiro do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou ontem, que o perdão em 50% da dívida grego, pré-acordado com os credores em Outubro, não será suficiente para salvar a Grécia. Isto após uma notícia, não desmentida pelo Governo alemão, de que Berlim pretendia um perdão da dívida de 75% dos títulos detidos pelo sector financeiro privado. O abate à dívida grega estabelecido em Outubro pela zona euro prevê um perdão de 100 mil milhões de euros e garantias para os credores no valor de 30 mil milhões." [Fonte]

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:21

Mais uma semana decisiva para a União Europeia....

Terça-feira, 27.09.11

Anuncia-se, talvez pela enésima vez, que esta será uma semana determinante para a vida e para o futuro da União Europeia e para o início da recuperação da grave crise que afecta parte significativa dos seus Estados-Membros. Na Grécia multiplicam-se os tumultos à velocidade que se sucedem as medidas de austeridade que quase sempre têm significado novos e mais impostos sobre os contribuintes. Hoje, o Primeiro-Ministro grego estará em Berlim, ao lado de Merkel, em seminário mais importante por o que se dirá nas conversas de bastidores do que pelo que será afirmado em público; dentro de dois dias, será o Bundestag a pronunciar-se sobre a flexibilização das regras de funcionamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira - flexibilização decididida na Cimeira de 21 de Julho mas que ainda não passou do papel. É cada vez mais nítido que a Europa da União se defronta com duas velocidades: a velocidade da economia real, imparável e inelutável, caminhando ao ritmo que lhe é assinalado pelos mercados financeiros e especuladores que ameaçam permanentemente a dívida soberana de muitos dos seus Estados; e, depois, a velocidade institucional, a velocidade a que as suas instituições e as insstituições dos seus Estados-Membros são capazes de reagir e de fazer frente aos desafios da realidade. Afigura-se, cada vez mais evidente, que essas duas velocidades são contrastantes e andam a ritmos descompassados. E aí reside uma das essências duma crise que, fundamentalmente, é uma crise de excesso de endividamento dos Estados e de falta de liquidez do sistema bancário - associação que, se não for atalhada como se impõe, se poderá mostrar explosiva. Apesar de não ter começado bem - com  Olli Rehn a sugerir um aumento do FEEF para dois biliões de euros e o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, a negar terminantemente tal possibilidade, tudo a par com a sugestão da senhora Merkel de que os Estados incumpridores dos critérios de convergência vissem a sua soberania diminuída - é mais uma semana de expectativa que se antevê. Foi esta a essência do comentário produzido hoje por amável conbite da TSF e que pode ser parcialmente escutado aqui.

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publicado por Joao Pedro Dias às 20:32

O Tratado de Lisboa e a expulsão da zona euro

Quinta-feira, 08.09.11

"O Tratado de Lisboa impede a saída de países da Zona Euro, disse a Comissão Europeia, depois do primeiro-ministro holandês Mark Rutte ter afirmado que deveria ser considerada a saída da Grécia da moeda única europeia. «Nem a saída nem a expulsão da Zona Euro são possíveis, de acordo com o tratado de Lisboa, que define que a participação no euro é irrevogável», afirmou Amadeu Altafaj, porta-voz do comissário europeu para os assuntos monetários e financeiros, Olli Rehn, em conferência de imprensa. Na terça-feira, Mark Rutte e o ministro das Finanças holandês, Jan Kees de Jager, apelaram à aplicação da «sanção mais elevada», a expulsão de um país, debaixo de um novo regime que poria as economias em dificuldade na Zona Euro debaixo da administração dos parceiros da Zona Euro. «No futuro, a sanção mais elevada seria forçar os países a abandonar o euro», escreveram os dois responsáveis holandeses numa coluna de opinião no jornal «Financial Times». Altafaj garantiu que «não há qualquer debate relativo a essa eventualidade». O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu também uma posição mais dura face à Grécia, dizendo no parlamento alemão que vai fazer o necessário para «que sejam feitas as alterações necessárias ao tratado para que se possa agir mais rapidamente e com maior eficácia quando as coisas correm mal». Esta quinta-feira, o Governo holandês veio defender uma revisão dos tratados europeus para permitir a expulsão da Zona Euro dos países que, no futuro, não queiram ou não consigam cumprir o Pacto de Estabilidade. Jan Kees de Jager afirmou que «se um país não quiser obedecer aos requisitos, então não há outra opção senão deixar a Zona Euro mas só como último recurso»". [Fonte]

 

Há momentos e alturas em que um pouco mais de rigor, inclusivé por parte da Comissão Europeia, não faria mal a ninguém! O Tratado de Lisboa não prevê (o que é diferente de proibir) a saída de um Estado da zona euro, como sanção, se este incumprir os respectivos critérios de convergência; defender, porém, nesta altura da crise europeia uma alteração dos Tratados que contemple tal hipótese, raia a completa insanidade. De tudo aquilo que a Europa menos precisa, no momento presente, é envolver-se e enrodilhar-se em mais intermináveis discussões sobre questões de repartição de poder em torno dos Tratados. Sobretudo quando, de antemão, se sabe que tal tarefa estaria condenada ao completo insucesso - atendendendo ao facto e ao pormenor, simples mas que parece ter sido esquecido pelo governo holandês, de que qualquer alteração aos Tratados necessitaria, sempre, do voto favorável de todos os Estados da União, inclusivamente daqueles que poderiam vir a ser objecto da sanção da expulsão da zona euro. Por outro lado, mas da mesma forma, nos Tratados também não se contempla a saída voluntária de um Estado da zona euro. Mas defender que a adesão ao euro por parte dos Estados que a ele aderiram é uma decisão irrevogável constitui uma absoluta aberração jurídica! No momento em que o próprio Tratado de Lisboa veio prever a própria situação de um Estado abandonar a União Europeia, carece em absoluto de qualquer sentido sustentar que a adesão à moeda única seria irreversível.

 

Mas é também nestes momentos e nestas alturas, quando há que lançar pistas para o debate sobre o futuro da Europa, que nos apercebemos do quão débil e fraca é a classe política dirigente que leva os destinos desta cada vez mais (des)União Europeia. Estadistas de excepção e líderes de excelência nunca contribuiriam para envenenar e intoxicar o debate europeu com propostas que raiam o absurdo e que antecipadamente estariam condenadas ao fracasso. Triste destino este, o nosso....

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publicado por Joao Pedro Dias às 23:31

Novo apoio à Grécia

Sexta-feira, 10.06.11

O parlamento alemão (Bundestag) aprovou hoje por maioria uma moção a favor de um apoio financeiro suplementar à Grécia, na condição de os credores privados participarem na reestruturação da dívida grega, e de a respectiva maturidade ser prolongada. Além disso, os partidos da coligação governamental, democratas cristãos e liberais, exigiram que Atenas aplique um rigoroso programa de privatizações e de reformas para sanear as contas públicas. A questão da participação dos credores privados - primordialmente seguradoras e bancos franceses e alemães - na reestruturação da dívida grega, e a aceitação do prolongamento da respectiva maturidade está ainda em aberto, sublinharam vários observadores políticos. A votação no Bundestag não é determinante para a concessão das novas ajudas à Grécia, que deverão atingir cerca de 90 mil milhões de euros, segundo o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble. No entanto, a decisão favorável de Berlim pode facilitar as próximas negociações a nível europeu e a aprovação dos novos créditos pelos restantes 15 países membros da moeda única. No discurso no Bundestag, antes da votação, Schaeuble voltou a advertir para as "consequências globais" de uma eventual bancarrota desordenada da Grécia, se não houver novo plano de apoio europeu e do FMI.

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publicado por Joao Pedro Dias às 02:45